ELEIÇÕES 2008 – O DINHEIRO E A ÉTICA.

Hoje, a discussão em torno do fortalecimento dos partidos cuja preocupação fundamental refere-se à representação das minorias, numa conjuntura eleitoral que demonstra, claramente, a dependência dos partidos aos candidatos, e não dos candidatos aos partidos. Esses para obterem vagas nas eleições precisam de um maior número de votos, que são dados aos candidatos. São esses, individualmente, que produzem os votos. Não os partidos. Daí por que, para uma consistência eleitoral da legenda partidária, os partidos buscam candidatos que produzam votos, como, por exemplo, os candidatos de corporações, que possam garantir para si e para o partido os votos de seus grupos de interesses. E assim, por meio do representante desse grupo, manter e aprofundar os privilégios. Saem os partidos atrás desses personagens, exatamente porque precisam dos votos que eles, individualmente, possam produzir.
Todo esse sistema causou uma dependência dos partidos aos próprios candidatos. O candidato passa a ser o dono do eleitorado, o dono do voto. Daí por que circulavam de partido em partido. Levando consigo os seus eleitores. Dessa forma, a quem esse candidato deveria ser leal? Ao partido, que lhe deu a legenda? Ou, ao eleitor, que lhe deu o voto? Partindo do pressuposto em que, não pode haver candidatura sem a obrigatória filiação partidária, o cargo eletivo pertence ao partido. Mesmo definida em lei a questão da obrigatória fidelidade partidária, prevalece ainda, entre os partidos, dependência ao potencial financeiro e eleitoral de candidatos.
É necessário aprofundar a discussão. Observadas as condições de seriedade partidária interna, e não depender da credibilidade de outrem. É fundamental compreender o processo e ter transparência. Isso somente será possível com o aprimoramento dos mecanismos de uma reforma do sistema político-eleitoral do país. Com o financiamento público das campanhas eleitorais. O rígido controle de benefícios, doações e subvenções de campanha. Mesmo aquela prática de “alianças” do atual governante, para aumentar o quociente eleitoral e a densidade política de suas bases, com futuras pretensões, não deve e não pode enfraquecer a confiança no mandato ou, tampouco a unidade partidária.
Enfim, estimulando a militância e a geração de novas lideranças partidárias e políticas verdadeiramente comprometidas com o ideário do partido, e não pura e simplesmente centrado no maior prospecto eleitoral, como agora em Jeremoabo e na Bahia.